O tratamento de qualquer desordem emocional passa por um ponto básico e fundamental: confiança entre paciente e médico.
Minha primeira tentativa foi um fracasso. Falei dela em outro artigo.
Um paciente de 'depressão aguda' precisa ter seu médico a qualquer momento, do dia ou da noite. Se o paciente extrapolar o direito de consultar seu médico, em situações que ele - paciente - achar necessárias, é possível que uma conversa estabeleça limites.
Mas qualquer pessoa, que tenha recebido um receituário de remédios com tarja azul marinho, não pode ficar sem assistência.
AQUI RELATO UMA PREMISSA REAL E ABSOLUTA NO TRATAMENTO DE UM PACIENTE COM NECESSIDADE DE RESGATE EMOCIONAL. SEM A CERTEZA DE QUE O MÉDICO ESTÁ DO SEU LADO, NENHUM TRATAMENTO PODE EVOLUIR.
VAI FALTAR CONFIANÇA...TALVEZ O ELEMENTO MAIS IMPORTANTE PARA SE BUSCAR A CURA.
O médico com quem me trato jamais deixou de atender qualquer chamado meu. Sempre fui sensato nas minhas ligações, mas quem definiu que queria ser psiquiatra foi ele...eu sou apenas o paciente.
Vamos lá!!!
Quando senti que estava para entrar em colapso total, pedi socorro.
Muitas noites acordava ensopado de suor. Levantava e trocava de roupa.
Na noite anterior a minha decisão de buscar ajuda, tive muita tontura...uma enorme sensação de desconforto. Quando virava na cama, tinha que parar o movimento...o quarto girava como aquelas cadeiras de parque de diversões.
A gente pensa que vai morrer. O susto e o medo pioram a situação. Até abrandar os sintomas, lá se vai mais uma noite!!!
Levantei cambaleante...por algum motivo, estava sozinho. Andava pelo apartamento arrastando os pés no chão e dando passos bem curtos. Precisava sentir o chão. Tinha enorme receio de cair.
Sentei em algum lugar...provavelmente na minha cadeira do escritório. Fiquei com o olhar fixo na janela. Quieto...com uma respiração lenta...pensava no que seria de mim se as coisas não tomassem outro rumo. Não sei quanto tempo permaneci assim.
Em algum momento, como por um chamado de Deus, peguei o telefone e liguei para minha mãe. Ela é da noite...mas como sabia que eu estava mal, adotou o hábito de manter o telefone na cabeceira da cama.
Liguei e falei: "estou muito mal...preciso de ajuda".
Peguei um taxi...para ser pago contra entrega...sabe o modelo, né?
Entregam a pessoa e alguém paga a 'corrida'.
Cheguei e saímos imediatamente.
Uma idéia pouco feliz foi irmos a pé. Afinal, era muito perto.
Minha sensação hoje é que atravessei o mundo a pé. Andava pela rua trôpego.
Minha mulher e filho vieram ao meu encontro.
Na sala de espera, tive que preencher a tradicional ficha médica.
Vou guardar esta lembrança para sempre.
Olhando a ficha, não consegui escrever. Via lá nome, sobrenome, endereço e outras informações...mas não conseguia lembrar de nada. Parado com a caneta na mão, exitei. Vendo que meu cérebro tinha entrado em pane, recorri a minha mulher.
Hoje fica evidente que estive próximo de uma pane total.
O que Deus fez, neste dia, foi me dar a vida de volta.
Enquanto estiver vivo, vou saber que Deus quis que eu vivesse. Para resgatar minha vida, ele foi ao Recreio me colocar no taxi.
Neste dia...
Já passei por isso!!!Não desejo a ninguém. Por favor não tenham vergonha de pedir ajuda!
ResponderExcluirBel,
ResponderExcluirTodo dia é uma coisa nova.
Eu tive calafrios de pensar na reunião do Roches.
Acabei indo e depois de um tempo, estava super feliz.
É grande barato!!!
Só Deus mesmo...
bjs