O nosso artigo de hoje é parte do texto em que o Dr. Drauzio Varella trata do tema depressão.
Com os sintomas avaliados, existe uma classificação de intensidade.
Veja o que diz o renomado médico:
De acordo com o número de itens respondidos afirmativamente, o estado depressivo pode ser classificado em três grupos:
1) Depressão menor: 2 a 4 sintomas por duas ou mais semanas, incluindo estado deprimido ou anedônia;
2) Distimia: 3ou 4 sintomas, incluindo estado deprimido, durante dois anos, no mínimo;
3) Depressão maior: 5 ou mais sintomas por duas semanas ou mais, incluindo estado deprimido ou anedônia.
Os sintomas da depressão interferem drasticamente com a qualidade de vida e estão associados a altos custos sociais: perda de dias no trabalho, atendimento médico, medicamentos e suicídio. Pelo menos 60% das pessoas que se suicidam apresentam sintomas característicos da doença.
Embora possa começar em qualquer idade, a maioria dos casos tem seu início entre os 20 e os 40 anos. Tipicamente, os sintomas se desenvolvem no decorrer de dias ou semanas e, se não forem tratados, podem durar de seis meses a dois anos. Passado esse período, a maioria dos pacientes retorna à vida normal. No entanto, em 25% das vezes a doença se torna crônica.
Fatores de risco para depressão:
• História familiar de depressão;
• Sexo feminino;
• Idade mais avançada;
• Episódios anteriores de depressão;
• Parto recente;
• Acontecimentos estressantes;
• Dependência de droga.
O número de casos entre mulheres é o dobro dos homens. Não se sabe se a diferença é devida a pressões sociais, diferenças psicológicas ou ambas.
A vulnerabilidade feminina é maior no período pós-parto: cerca de 15% das mulheres relatam sintomas de depressão nos seis meses que se seguem ao nascimento de um filho.
A doença é recorrente. Os que já tiveram um episódio de depressão no passado correm 50% de risco de repeti-lo. Se já ocorreram dois, a probabilidade de recidiva pode chegar a 90%; e se tiverem sido três episódios, a probabilidade de acontecer o quarto ultrapassa 90%.
Como é sabido, quadros de depressão podem ser disparados por problemas psicossociais como a perda de uma pessoa querida, do emprego ou o final de uma relação amorosa. No entanto, até um terço dos casos estão associados a condições médicas como câncer, dores crônicas, doença coronariana, diabetes, epilepsia, infecção pelo HIV, doença de Parkinson, derrame cerebral, doenças da tireóide e outras.
Diversos medicamentos de uso continuado podem provocar quadros depressivos. Entre eles estão os anti-hipertensivos, as anfetaminas (incluídas em diversas fórmulas para controlar o apetite), os benzodiazepínicos, as drogas para tratamento de gastrites e úlceras (cimetidina e ranitidina), os contraceptivos orais, cocaína, álcool, antiinflamatórios e derivados da cortisona.
A maioria dos autores concorda que a psicoterapia pode controlar casos leves ou moderados de depressão. O método oferece a vantagem teórica de não empregar medicamentos e diminuir o risco de recidiva do quadro, desde que a pessoa aprenda a reconhecer e lidar com os problemas que a conduziram a ele. A grande desvantagem, no entanto, está na lentidão e imprevisibilidade da resposta. A psicoterapia não deve ser indicada como tratamento exclusivo nos casos graves.
Com este relato, você pode avaliar que minha depressão foi absurdamente séria. Dos nove, pontuei em todos. Isso é sério, principalmente quando estamos falando de nós.
Os relatos vão tratar agora de como é o processo de tomada de consciência e recuperação.
Marco muito interessante esta sistematica de avaliacao de uma doenca tao seria e grave. Importante que ninguem faca seu diagnostico sozinho. Muito importante ir ao medico. E muito importante nao ter preconceito de achar que procurar psiquiatra e coisa de maluco. E coisa de gente consciente. Nao ter tambem preconceito com os remedios. Bjus
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ResponderExcluirBeta,
ResponderExcluirQuanto maior meu mergulho, mais impressionado fico.
É muito grave tudo que gira em torno deste tema. O nível de desinformação é brutal.
Veja o meu caso.
Brinquei com fogo sem saber que estava num paiol!!!
Precisamos de uma campanha educativa sobre a depressão.
Sinto que, próximo a mim, há os que acham que estou me expondo em excesso, por estar aqui contando a estória.
Sei que estou, mas é preciso que muito mais gente possa falar do assunto, como vemos dezenas de mulheres falando do câncer de mama.
A depressão é muito grave e não podemos pretender que somos todos super saudáveis e que, em meio ao caos do mundo, podemos viver uma vida regular.
Meus avós, com quem tive muito contato, relatavam uma vida que hoje parece nunca ter havido. E sei que houve.
O giro do mundo é para adoecer e matar...jamais gerar harmonia e paz.
Por isso, existem nos EUA hordas de pessoas metalmente adoecidas...é muita cobrança e competição.
Enfim, vamos em frente e levaremos esta série de depoimentos ao final...esperando ajudar muitos que têm medo de reconhecer sua falência emocional.
Beijos
É assustador como é comum e como é "desprezada" esta doença. Ela quase sempre está associada á alguma outra doença, como vc mesmo citou, o câncer de mama...e outras tantas como a síndrome do pânico, a bipolaridade, a esquizoafetividade, todas elas com tratamentos semelhantes e DESCONHECIDAS da sociedade, por conveniência. Penso que atualmente o doente psiquiátrico não esconde mais sua doença. Até porque na maioria dos casos é fruto de pressão mesmo. E se uma pessoa socialmente ativa, etc., pára, os que estão ao redor estranham, se penalizam, é quase impossível esconder. O ruim é que a maioria some e vc só pode terceirizar a sua dor, porque sua família já está muito sofrida. Deixo aqui a reflexão sobre a terceirização do acolhimento da dor do paciente psiquiátrico...imagine o qto é difícil se dar conta disso.abçs
ResponderExcluirEspero, como disse anteriormente, que não termine com depoimentos sobre "como foi o sofrimento". É importante apontar saídas através de exemplos fáticos!
Perdão, mas minha menção ao câncer de mama foi, exclusivamente, para mostrar que a depressão precisa receber uma campanha de mídia similar a do mal da mama.
ResponderExcluirVou contar tudo sobre a retomada da vida e do que podemos querer dela, depois de uma doença tão debilitante.
Sei que estou fazendo o que Deus quer, por isso fico muito tranquilo.
Obrigado.
Tentei ser o mais suscnta possível, mas algumas coisas se perderam:
ResponderExcluir1. Aproveitei a citação sobre câncer de mama, para dar o exemplo de que a depressão pode ser consequência psíquica de uma outra doença que a "estartou".
2. Quis também jogar os holofotes no fato de que RARAMENTE uma doença psiquiátrica desta natureza, é diagnosticada como apenas depressão. geralmente o paciente tem outras doenças tais como fobias, bipolaridade(decorrente em inúmeros casos, dos medicamentos para depressão), esquizoafetividade(linha tênue da esquizofrenia, embora diagbosticada como doença específica) que são as paranóias, os medo excessivos do paciente inicialmente diagnosticado como depressivo. Achei fundamental destacar isso pq a maioria tem e se limita a retratar sua doença como depressão pq já é mais aceita pela sociedade "deprê"...Mas o diagnóstico correto é fundamental para um tratamento farmacológico e terapêutico. A Terapia feita por psicólogos o psicanalistas acelera/potencializa a CURA. Sugiro q não seja só o psiquiata. Alternativas tb podem ser maravilhosas(sempre com o psiquiatra acompanhando). Todos querem se livrar dos remédios, só com muita terapia!
3.Chega uma hora que a família enfraquece e a sua doença não melhora. O SOS é o médico, o terapeuta,etc TERCEIRIZAMOS SIM. Jogamos nossas vidas nas mãos de pessoas à quem pagamos para nos curar. Por melhor q sejam. Às vezes a família até atrapalha, pq o tratamento é de longo prazo e isso os torna "impacientes". Como vc disse e achei ótimo, a ladeira tb tem subida, mas demora, é cansativo,e às vees rolamos um pouco prá baixo.
4. Por fim destaquei tb a importância de apontar a luz no fim da floresta negra...o que vc já vem fazendo e que é valioso.
Eu é que a agradeço o espaço para colocar minha experiência pessoal.
Atenciosamente.
Clarear
A maior alegria é compartilhar. Tanto para aprender, como para falar do que aprendemos.
ResponderExcluirSua participação é muito instrutiva e necessária.
O terapeuta é fundamental.
Fiz uma terapia comportamental ótima e gostaria de retomar.
Só preciso estabilidade financeira para voltar. É um super processo de auto-conhecimento.
Vamos adelante...
Obrigado.
TCC ( Terapia Cognitivo Comportamental) é uma terapia breve. Mas é legal ter um terapeuta de continuidade, na linha que mais se aproximar da pessoa.abçs
ResponderExcluirFoi dessa que fiz e quero voltar!!!
ResponderExcluirObrigado e abraços...
Marco que bom alguem falar desse assunto !!!
ResponderExcluirTenho um filho com esquizofrenia .
Não sei lidar com ele e isso me causa depressão .
Se puder ...Fale sobre essa doença que causa tanto sofrimento pra todos da familia ...
abraços ..
Gostaria de entender melhor o comportamento do esquizofrênico...e sua relação com o meio.
ResponderExcluirVocê pode falar um pouco mais...
Obrigado.