TÍTULO: 2007, A INVASÃO DOS ARAPONGAS



SERÁ QUE ELE PENSA QUE O QUE FEZ É MÉRITO OU OBRIGAÇÃO???

 Vivemos um capítulo a parte em relação a contratação de pessoal para realizar os Jogos.
Como já disse, tudo era motivo de confrontação.
Brigava-se pela localização do setor na distribuição do prédio...brigava-se pela contratação de pessoas...brigava-se ao vivo e brigava-se escondido!!!
Sabendo que estávamos 'numa bricadeira do dinheiro público', adotei a estratégia de terceirizar tudo. Não foi uma escolha...foi a única escolha!!!
Eu não brigava por pessoal e, com isso, meu grupo, que deveria ser um dos maiores, era o menor.
Cada um tinha que trabalhar por 5...depois por 10....depois por 20....até começarmos a fazer das esporádicas dormidas no comitê quase uma prática.
Toda vez que percebia que não teria o grupo que já havia remanejado vinte vezes, me antecipava e mudava minha estrutura.
Outro dia encontrei o meu gerente, que depois assumiu uma diretoria.
Ele teve a coragem e a 'cara de pau' de dizer para mim que 'eu vivia mudando'.
É emblemático ouvir isso do cara que deveria dar 'graças a Deus' de você ter ficado com ele e ajudado ele a subir de posto e escalar a montanha do poder.
Eu é que deveria dizer para ele como ele tinha sido omisso em conseguir o que seus subordinados precisavam para realizar seu trabalho!!!

Uma passagem marcante desta montanha do 'grotesco a céu aberto' aconteceu comigo quando o Governo Federal acampou o COB.
Marcaram uma reunião com um dos 'experts' contratados - com nosso dinheiro - para 'apoiar o COB'.
Como sempre fiz e faço, recebi a pessoa com a maior educação.
Sentamos numa sala acompanhados do meu gerente, o chefe dele e um grupo de pessoas da minha gerência.
Bastaram duas perguntas para eu perceber que havia caído em mais uma cilada.
Sem nenhum exagero, parecia um interrogatório...parecia não, era.
Se meu gerente tivesse estrutura para comandar, teria colocado aquele sujeito para fora do prédio, levado pelos seguranças!!!
Mas não, nesta altura nada mais que era moral, respeitável ou digno, fazia parte do vocabulário de qualquer um dos envolvidos na guerra do poder e do dinheiro.
AS ALMAS ESTAVAM VENDIDAS E OS TÍTULOS DE PROPRIEDADE NÃO ESTAVAM NO CÉU.
Temos o direito do arrependimento...embora sabendo que é uma propriedade sem valor.
Mas uma coisa eu posso garantir, se voltassem naquela cena, eu levantaria da cadeira e diria em alto e bom som: 'eu não sou pago para esta palhaçada' e sairia com meus papéis direto para casa...onde os limites de educação e respeito são regra!!!